PETRÓPOLIS (RJ)
Situada acima dos 800 metros de altitude no estado do Rio de Janeiro, em plena Mata Atlântica tropical e com atmosfera alpina, a cidade de Petrópolis foi planejada inicialmente para agradar a um casal imperial recém saído da adolescência.
Tudo começou em 1830, quando o D.Pedro I adquiriu a fazenda do Córrego Seco para construir na serra, um lugar onde a família imperial pudesse escapar dos sufocantes verões da Quinta da Boa Vista. O local, rebatizado de Imperial Fazenda da Concórdia, era uma vila de passagem que mal oferecia o mínimo de recursos aos homens e cavalos que cruzavam suas ruas poeirentas a caminho das Minas Gerais.
Para piorar a situação, o lugar destinado a abrigar o centro da cidade era pantanoso, coalhado de insetos e sujeito às constantes enchentes de rios da região. Apesar da dificuldades da época, alguns ainda apostavam no empreendimento, entre os quais, o menino Pedro, (filho do imperador), acostumado a temporadas inesquecíveis na fazenda vizinha. As reviravoltas políticas em 1831 levaram D.Pedro I a abdicar do trono, partir para Portugal e deixar para trás, o jovem príncipe Pedro II, com a incumbência de governar um país gigantesco, até então controlado por regências em litígio e de opiniões divergentes.
Um projeto para a povoação da cidade de Petrópolis ficou estacionado durante 12 anos, até que em 16 de março de 1843, D.Pedro II assinou o decreto 155, documento pelo qual arrendava a Imperial Fazenda da Concórdia (ex- Córrego Seco), ao engenheiro militar Júlio Frederico Koeler, com a condição de que ele, se comprometesse não apenas a realizar a povoação da região, mas também edificasse um palácio de verão para a família real, uma igreja e um cemitério.
Ao longo do ano de 1845, Koeler trouxe cerca de dois mil colonos germânicos para a província e cumpriu sua promessa. De seu empenho, emergiu a Petrópolis Imperial, primeira cidade planejada da América Latina, com seus palácios, casarões, praças e recantos privilegiados. A chegada de muitos imigrantes – italianos, portugueses, asiáticos, alemães, entre outros – fixou suas tradições na música, dança, gastronomia e cultura, como um presente a todos os seus descendentes genuinamente brasileiros. Daí por diante, a cidade do imperador transformou-se num encanto, renovado através dos tempos para o deleite dos visitantes.
TURISMO NA SERRA
O turismo na região serrana do Rio de janeiro abrange basicamente quatro tópicos: história, natureza, lazer e compras. Seja lá qual for seu estilo, com certeza você encontrará alguma atividade que lhe agrade. De visitações em museus a esportes radicais, o local oferece ao turista uma série de opções interessantes perfeitamente ajustadas ao “tamanho do bolso”de cada um.
PARA OS RADICAIS
Rodeada pela Mata Atlântica, Petrópolis possui 40 trilhas com os mais diferentes níveis de dificuldade. Se o seu perfil não é o de super atleta, ainda é possível desfrutar das mais belas paisagens em caminhadas tranquilas, nas quais apenas o visual é suficiente para lhe tirar o fôlego.
Para os que gostam de suar a camisa sem dó, sem dúvida a travessia Petrópolis-Teresópolis é perfeita. Localizada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos – PARNASO (considerado pelo Ministério do Turismo como sendo um dos melhores pólos de turismo de aventura do país), a trilha possui cerca de 34 km com um percurso que deve ser realizado em cerca de três dias.
Ao percorrer os trechos desde o Castelo do Morro do Açu, Pedra do Sino, até a chegada em Teresópolis, com uma altitude média de 2 mil metros é possível se avistar paisagens exuberantes, além de toda a Baía de Guanabara, Grande Rio e os municípios aos arredores, de Teresópolis, Magé e Guapimirim.
Para os menos dispostos, existem outras duas opções que levam em torno de 8 horas e podem ser feitas em apenas um dia. São elas: travessias Cobiçado-Ventania e Araras-Secretário, tão lindas quanto as outras.
Petrópolis é o paraíso dos montanhistas. Já foram catalogadas mais de 200 vias, distribuídas por 33 montanhas, o que consolidou a cidade como um dos mais importantes centros de escalada em rocha do país. Pousadas e agências especializadas oferecem outras atividades carregadas de ação: arvorismo, tirolesa, rapel, cavalgadas, ciclismo e trekking também estão na lista das atividades mais procuradas. No Campo de Aventuras Paraíso Açu, é possível mesclar as atividades em pacotes do tipo “combo” que incluem arvorismo, via ferrata, rapel e tirolesa.
O passeio inicia com um percurso elevado, montado a cerca de dez metros de altura do solo, entre as copas das árvores, para fazer a diversão de crianças e adultos. A aventura continua na Via Ferrata, num rapel de 35 m e finaliza com uma tirolesa de 200 m de extensão, na qual a sensação de voar a 60 km/h libera altas doses de pura adrenalina.As mais de 20 cachoeiras existentes, aumentam as belezas naturais da região, refrescam o visitante nos dias de calor e compõem mais um belo cenário para a prática de outros esportes de aventura, entre os quais estão o cascading (prática de rapel em cachoeiras), o canyoning (travessia pelo rio) e o rafting (descida das corredeiras em botes de borracha).
A região também possui excelentes condições para a prática de voo livre, graças a sua geografia que favorece o desenvolvimento das correntes termais (massas de ar quente), que ampliam o tempo de permanência no ar. Parapentes e asas deltas colorem os céus da região e proporcionam um espetáculo harmonioso entre homem e natureza.
Para quem deseja voar e não possui experiência, o voo duplo é a opção perfeita. Um instrutor homologado pela ABVL (Associação Brasileira de Vôo Livre), faz o passeio com a pessoa, numa experiência única para os que sonham com a sensação de liberdade nas alturas. Para os mais tradicionais, aqui vão algumas opções imperdíveis:
CENTRO HISTÓRICO
MUSEU CASA DE SANTOS DUMONT
O pequeno chalé em estilo alpino conta um pouco sobre o modo de vida e a personalidade do inventor que ficou conhecido como pai da aviação. Desenhada e planejada pelo próprio Santos Dumont, a casa – conhecida como “A Encantada”- possui arquitetura singular e complexa, devido à inclinação do terreno onde foi construída.
Minúscula e sem luxos aparentes, revela detalhes muito interessantes da personalidade e do gênio inventivo de seu criador.
Uma curiosidade: a casa nunca teve cozinha. O inventor recebia todas as refeições diretamente do Palace Hotel, tornando-se de certa forma, o precursor do sistema de delivery.
Rua do Encanto 22 – Centro – Tel: +55 (24) 2247-2222.
PALÁCIO DE CRISTAL
Por iniciativa do Conde D’Eu (marido da Princesa Isabel), a réplica em menor escala do Crystal Palace londrino, foi construída na França e transportada desmontada ao Rio de Janeiro em navio, para então ser remontada peça por peça. Considerado como sendo a primeira construção pré-fabricada do país, o Palácio de Cristal foi vendido em leilão após a proclamação da república, transformado em cassino e depois, garagem para o Corpo de Bombeiros.
Posteriormente serviu como refúgio para desabrigados, sede de diversas associações literárias e entidades ligadas à música. Também já foi clube de boliche e salão para bailes populares. Tombado na década de 1960 pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, foi totalmente restaurado no ano de 1996.
Atualmente, oferece infra-estrutura adequada para a recepção de turistas e visitantes, com banheiros, loja de souvenires e casa de chá, além de uma exposição permanente de orquídeas e bromélias, mostras fotográficas e ainda um pequeno palco destinado a apresentações musicais para pequenos grupos. Seu piso, ainda hoje original, é feito em ladrilhos hidráulicos da época.
R. Alfredo Pachá s/n – Centro – Tel: (24) 2247-3721.
MUSEU IMPERIAL
Palácio neoclássico que serviu como residência de verão de D.Pedro II e dona Teresa Cristina. Destaque para a coroa, manto imperial, jóias, móveis, porcelanas e peças de arte. Proibido fotografar e filmar em seu interior. Os equipamentos são retidos na entrada e devolvidos após a visitação.
R. da Imperatriz 220 – Centro – Tel: +55 (24) 2237-8000.
PALÁCIO RIO NEGRO
Construído em 1889 pelo Barão do Rio Negro, serviu como residência de verão dos presidentes da república; tradição iniciada em 1903, interrompida em 1969 e retomada em 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Visitação liberada aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h com entrada franca.
Av. Koeler 255 – Centro.
MUSEU CASA DO COLONO
A construção data de 1847 . Uma casa simples, de pau-a-pique, teto de zinco e segura com ripas de coqueiro verde, que guarda entre suas paredes a história do imigrante alemão na região. Em seu acervo, utensílios domésticos, fotografias e objetos pessoais usados pelos pioneiros que construíram a cidade.
Destaque para a oficina e a cozinha com seu fogão a lenha, o batedor de manteiga, as formas para a feitura do famoso pão alemão, assim como a máquina manual para fazer chucrute, entre outras preciosidades. Transformada em Museu em 1976, a Casa do Colono nos remete à adaptação vivida pelo imigrante para viver em terras brasileiras.
BAUERNFEST
Evento comemorativo do dia do colono alemão e data da chegada dos pioneiros que construíram o local. Todos os anos, com início em 29 de junho, a região ferve em onze dias de festa com muita música, dança, comidas típicas, artesanato, alegria e… muita cerveja!
Esta é a imagem da Bauernfest, típica representante das “festas alemãs” que já são parte do patrimônio serrano. Os 100 mil turistas que chegam à cidade, são acomodados em mais de 70 pousadas e hotéis existentes. Há cerca de 180 restaurantes com gastronomia variada para todos os tipos de gostos e adequados ao “tamanho de cada bolso”.
ATRATIVOS ADICIONAIS
Casa da Ipiranga, Museu da FEB – Força Expedicionária Brasileira, Centro de Cultura Raul de Leoni, Mosteiro da Virgem, Palácio Amarelo, Relógio das Flores, Teatro D.Pedro, Praça 14 Bis, Parque Cremèrie e as Casas do Barão de Mauá, Princesa Isabel, Rui Barbosa e Stefan Zweig.
Você ainda encontra clube de pesca, paintball, futebol, colônia de férias, escaladas indoor, feiras de artesanato, boates, roda de choro, serenata, antiguidades, botecos, e muito mais. Os aficionados por compras descobrem na rua Teresa, um shopping a céu aberto, assim como na rua 16 de março, uma passarela da moda e artigos em geral. Vale um passeio por lá para conferir os preços convidativos.
Ainda existe a possibilidade de fazer um tour pela cidade, em estilo pseudo nova-iorquino, num charmoso passeio de charrete.Para os apreciadores da boa comida, a região de Itaipava oferece excelentes opções de restaurantes e pousadas. Em Areal, vale conferir as criações do chef Barão, como o Fois de Avestruz com Geléia de Pimenta, ou o exótico Presunto de Avestruz com Azeite e Raspas de Limão; um prato cheio para quem gosta de comer bem.
Para sua próxima viagem, coloque na agenda. Não deixe de visitar a região serrana do Rio de Janeiro. Eu recomendo!
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PETRÓPOLIS (RJ)
AGRADECIMENTOS
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Prefeitura de Petrópolis
Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis – www.petropolis.rj.gov.br / +55 (24) 2246-9316
Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer
Ministério do Turismo