VOAR É PARA TODOS
Desde os tempos antigos, a vontade do homem de voar como os pássaros é uma constante. Do lendário Ícaro, com passagem pelos precursores do voo planado e da aviação – Otto Lilienthal e Santos Dumont – até a atualidade, muita coisa mudou.
O que era sonho, tornou-se realidade e atualmente, usufruir do lazer proporcionado pelo voo em modalidades recreativas é possível para qualquer um. Se a intenção é voar por puro prazer, o que talvez pouca gente saiba, é que não há limite de idade para aprender e a prática é adequada para ambos os sexos.
Há algum tempo, já se encontram disponíveis no mercado, modelos de aeronaves perfeitamente adaptados ao ensino da arte de voar; são os chamados aviões ultraleves.
Porém, se você imagina o ultraleve como sendo uma geringonça voadora, com um banquinho de plástico, asas feitas de tubos revestidos de tela ou lona e um precário motor de garagem acoplado, saiba que está completamente enganado. Isso faz parte de um passado longínquo, no qual muitos deles eram feitos de forma experimental para voos testes, por conta e risco de seus fabricantes.
Muitas escolas de aviação, dispõem de aeronaves denominadas ultraleves avançados, ideais para o treino de aspirantes a piloto, devido a sua alta segurança, fácil maneabilidade e baixo custo operacional.
Atualmente, as máquinas voadoras desse tipo, são modernas, dotadas de motores específicos para aviação e com o que há de melhor em tecnologia aeronáutica e dispositivos de navegação.
Muitas delas tem performance tão arrojada, que até permitem a realização de manobras acrobáticas.
Ainda há alguns ultraleves equipados com paraquedas balístico, lançado por foguete de acionamento manual, para pouso em total segurança no caso de uma pane do equipamento.
Todas essas aeronaves precisam ser certificadas e registradas no órgão regulador ANAC, para obter os documentos CAV (Certificado de Autorização de Voo) e o CME (Certificado de Marca Experimental), para poderem “pensar em querer” sair do chão.
Para dirimir quaisquer dúvidas, vale informar que o nome ULTRALEVE, está diretamente relacionado ao peso do equipamento, já que na aviação, os aviões são classificados em diferentes categorias, a saber:
PESADA – Aeronaves com acima de 136 toneladas
MÉDIA – Entre 7 toneladas e 136 toneladas
LEVE – Aeronaves entre 750 Kg e 7.000 Kg
ULTRALEVE – Aeronaves abaixo de 750 Kg
É fato: aprender a pilotar um avião exige muito estudo, treino, concentração, responsabilidade e determinação. Esse conjunto de fatores compõe uma prática saudável que ganha cada vez mais adeptos e faz a alegria de novos esportistas.
De acordo com informações dadas pelo piloto e instrutor Jeovan Alencar, da escola FREEDOM – em Tatuí (SP), qualquer um pode fazer um voo de teste para experimentar a sensação de voar e quem for maior de 18 anos, também pode se tornar um piloto recreativo, ou seja, qualquer pessoa pode vir a voar de forma não profissional, apenas por puro lazer. Ele conta que não só os jovens podem exercer tal atividade e algumas escolas de voo começaram a investir na formação de pilotos com mais de 60 anos.
“Muitos aposentados – inclusive senhoras – sonharam aprender a voar na juventude, mas, devido à rotina de trabalho e falta de tempo, deixaram a vontade adormecer. Essas pessoas despertam agora na 3a idade, ingressam em aulas de voo de ultraleve nos finais de semana e fazem frente a qualquer jovem, quando o assunto é determinação e capacidade de aprendizado, tanto na teoria, quanto na prática aérea. Temos pilotos com mais de 90 anos de idade e também, com algum tipo de limitação física, como por exemplo, um que não tem uma mão, um outro cego de um olho, etc”, conta Jeovan.
A grande vantagem em se tornar um piloto CPR (categoria de recreação), está na quantidade infinitamente menor de processos burocráticos na licenciatura junto à ANAC – (Agência Nacional de Aviação Civil), ou seja: o caminho para tirar a carteira recreativa é bem mais simples do que para ser piloto comercial. O comandante explica que as restrições para voar de ultraleve são muito poucas.
Ele informa que a legislação médica para voar essas aeronaves é bem parecida com a do DETRAN e basicamente, quem pode dirigir um automóvel, teoricamente também pode pilotar um ultraleve e, para tanto, basta aprender. Para isso, o candidato precisará realizar alguns exames médicos para obter o Certificado Médico Aeronáutico de 4ª Classe (CMA4) e participar de um curso teórico das seguintes matérias: Teoria de Vôo – Regulamentos de Tráfego Aéreo – Conhecimentos Técnicos e Motores – Meteorologia – Navegação Aérea.
As aulas – práticas e teóricas – são ministradas na própria escola, sendo uma matéria por sábado das 9:30h as 16:30h. Ao final do curso, o aluno faz uma prova teórica e se submete ao chamado CHECK – voo de avaliação, acompanhado por um piloto perito – no qual serão testados, seus conhecimentos e habilidades adquiridos no decorrer do treinamento.
Uma vez aprovado, a ANAC emite o Certificado de Piloto de Recreio (CPR) e a partir daí, o aluno se transforma oficialmente em piloto e está livre para voar por todo o Brasil, pousar em mais de 2.500 aeródromos espalhados pelo país e também voar no exterior, de acordo com os critérios de avaliação e normas de cada país. Simples assim.
Vale lembrar que as horas de voo computadas durante o curso e treinamento, também poderão ser utilizadas caso se decida seguir carreira profissional na aviação. Um dos melhores exemplos nacionais sobre associar o prazer de voar à profissão de piloto, é dado pelo veterano José Orlando de Castro Parente. Atualmente com 83 anos de idade, “Parentão” (como é conhecido na cidade de Tatuí / SP) não voa mais profissionalmente, porém passou quase 60 anos de sua vida no interior do cockpit de um avião. O vovô aeronauta começou a ter aulas de voo aos 17 anos de idade, autorizado por seus pais e, de lá para cá não parou mais.
Esse veterano dos ares foi piloto agrícola, privado, comercial, fez voos panorâmicos com turistas no litoral paulista e no ano de 1975, tornou-se rebocador de planadores no Aeroclube de Tatuí (SP), onde encerrou suas atividades como piloto profissional. Ao longo desse período, lançou planadores aos céus e se tornou o piloto rebocador mais experiente do mundo, com um número assombroso de mais de 32.000 reboques realizados, o que poderia tranquilamente garantir uma publicação no livro dos recordes. Ao ser indagado sobre o porque de permanecer nessa profissão ao invés de ter seguido carreira na aviação comercial, ele explica que além de ter muito do amor pelo esporte, sempre gostou de estar perto da esposa Eva e seus filhos. “Gosto e acho muito importante estar sempre perto da família” , afirma ele.
Enfim, o fato é que não importa a idade para começar a voar. Sê você é maior de 18 anos e tem vontade de aprender, entre nessa, matricule-se num curso e aproveite cada minuto. A diversão é garantida!
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
[codepeople-post-map] FREEDOM – ESCOLA DE AVIAÇÃO LEVE
Estrada Municipal Karl Veins S/N – Tatuí / SP – Tel: +55 (11) 98155-2345 – www.ultrafreedom.com.br